Mais vale tarde que nunca.

Andamos em correrias e prazos apertados, por isso já não escrevíamos há muito tempo. E ainda nem pusemos as fotografias de quando passei por Bolama, antiga capital da Guiné-Bissau, hoje cidade nostálgica, em que Amália com certeza arrancaria um fado espontâneo a qualquer esquina.

Agora a preocupação é cumprir prazos, fechar o ano, preparar a abertura do próximo e ver se a malta não resolver "festejar" as eleições com "fogo-de-artifício". Sente-se novamente a tensão no ar, mas ninguém espera confusões antes da 2ª volta, quase garantida, que deve ser a 2 de Agosto. O ideal era que não houvesse confusão de todo, mas esse é o cenário menos provável. Ai, Guiné, Guiné, diz a música. Sabemos que amanhã haverá uma marcha pela paz na GB aí em Lisboa, estaremos em espírito.

Muita gente tem perguntado e por isso confirmamos ter data de regresso a 30 de Julho. Nenhum de nós tem número em Portugal, mas depois tratamos disso. Ficamos em PT até início de Outubro, sendo que só estamos de férias na última quinzena de Agosto.

Eu vou estar em Dakar a trabalho de 30 de Junho a 5 de Julho, depois conto as diferenças.

INTRANQUILIDADE

Caros amigos e família,

só para vos dizer que estamos bem e que as pessoas se movimentam de forma normal pela cidade. Com certeza que evitaremos circular à noite, mas aprece estar tudo calmo... dentro do que é a tranquilidade possível na Guiné-Bissau.

Peço-vos que se lembrem deste país nas vossas orações e que, tal como nós, para que faça luz nas mentes e nas almas dos homens que ainda acham que este tipo de acções resolve alguma coisa.

Deixamo-vos com algumas noticias.

Abreijos,

Ana e Simão

sexta-feira, 5 de Junho de 2009 18:02

Baciro Dabó e Hélder Proença mortos por resistirem a prisãoO governo da Guiné-Bissau informou hoje que Baciro Dabó e Hélder Proença morreram por terem resistido à ordem de prisão por envolvimento numa alegada tentativa de golpe de Estado e que pediu ao Ministério Público para instaurar inquéritos.
"O Conselho de Ministros tomou conhecimento, através das chefias militares e responsáveis da Segurança de Estado, que estava em curso no país uma tentativa de golpe de Estado e que as mortes de Baciro Dabó, deputado da nação e ministro da Administração Territorial, Hélder Proença, entre outras, ficaram a dever-se ao facto de, presumivelmente, terem tentado resistir à ordem de prisão, enquanto outros mentores se terão entregues sem qualquer resistência", refere o governo em comunicado.
"(...) O Conselho de Ministros teve a oportunidade de escutar gravações, envolvendo os principais protagonistas, através das quais se poderá inferir os seus propósitos, tendo com efeito condenado qualquer acto tendente a alterar a ordem constitucional, por vias não legais", refere o comunicado o governo guineense.
No documento, o governo lamenta o "trágico acontecimento, que vitimou duas personalidades políticas e de quem ainda se esperava uma contribuição valiosa para o processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau".
"O Conselho de Ministros insta o Ministério Público no sentido de instaurar inquéritos, susceptíveis de conduzirem ao esclarecimento da situação e consequente responsabilização criminal, se for o caso, dos implicados na intentona", concluiu o governo guineense.
Diário Digital / Lusa